sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Panela de pressão!

Um dia desses, atendendo pedido de Nalva, pessoa que ajuda a gente em casa todas as  quintas feira, comprei uma panela de pressão. Uma dessas bem bacana e cara! Pois bem, cheguei em casa com a nova aquisiçäo ja perto do final da jornada dela. Fiz a devida apresentaçäo do produto enquanto o desembalávamos. Ela achou demais, ja que tinha visto em uma revista. Bom, aproveitei o momento e presenteei-a com a panela de pressäo velha. Ela adorou o presente e o colocou dentro da caixa da panela nova, ja que esta iria para a reciclagem. Seguiu seu caminho a pé em direçäo à sua casa, que fica no bairro vizinho ao meu, levando aquela caixa enorme à tiracolo. Assim que entrou em seu bairro, encontrou uma amiga que foi logo lhe dizendo:
- nossa Nalva! que panela bacana! Quanto foi esta panela~ perguntou ela.
Ai Nalva lhe respondeu:
- nem sei, acabei de ganhar de presente.
- Uau! que presente bacana, benza Deus! Disse a amiga, que seguiu o seu caminho... Nalva andou mais um pouco e parou na casa loterica para fazer uma fezinha na mega-sena. Ficou na fila tempo suficiente para ser novamente interpelada por outra pessoa lhe perguntando sobre a caixa da  panela:
- Nalva, voce tá podendo mesmo! Comprar uma panela dessas é prá quem pode e näo prá quem quer!
Charlando, Nalva respondeu:
- acabei de ganhar de presente. Aí, seguiu seu caminho e chegou em casa. Colocou a caixa em cima da mesa e foi tomar banho. Neste momento, chega à sua casa, o seu namorado. Quando vê a caixa, começa a resmungar:
- Desse jeito näo tem quem consiga economizar dinheiro para outros projetos futuros. Como é que alguem tem coragem de gastar um dinheiräo com uma panela chic dessas, dizia ele quase revoltado, apesar de o dinheiro ser fruto do trabalho dela. Nalva ouvindo lá de dentro, continuou calada até na hora em que saiu do banheiro e pode lhe explicar a origem do pacote:
- Olha, esta é uma panela usada que eu ganhei de presente e apenas a coloquei dentro desta caixa. A filha dela que chegou logo em seguida, tambem achou um pouco demais para as suas condiçöes atuais, uma panela daquelas. Aí entäo, teve que ouvir todas as explicaçöes. À medida que a historia ia rendendo, as gargalhadas aumentavam. Quando ela pode me contar toda a historia, eu achei engraçada demais. Cogitamos até que ela corria risco de ser sequestrada em seu bairro em virtude do pacote chic. Dias depois, abri um crediario para adquirir uma TV LCD e quando desempacotei-a em casa, a caixa foi oferecida à Nalva, que recusou peremptoriamente por achar que se chegasse no seu bairro com aquela caixa de tv, depois do disse me disse que rolou da caixa da panela, ela entraria na lista das sequestraveis do bairro e ainda teria problemas na familia. Demos muitas risadas juntos com essa historia das caixas. Pensei até em um roteiro de filme. Teria todos os elementos para uma trama legal. Imaginem! A foto näo tem absolutamente nada a ver com o texto, mas mesmo assim vai de brinde, para pensarmos no circulo e percebermos quäo perto está o Fim do Começo e, como nem täo proximos estäo quando a relaçäo é inversa. Ou seja, o começo quase nunca está perto do fim... 

Um comentário:

Anônimo disse...

A caixa e a representatividade do visível.

Nada como um kilo de sal para comerçarmos a entender os semelhantes. Mesmo a imagem da caixa transparente não comporta a totalidade do seu conteúdo.

A experiência produz muito mais do que a teoria, e a roda: concentração de forças e dispersão de sentimentos - começo e fim dentro de um mesmo espaço corpóreo. Imaginei as pessoas andando nas ruas com suas caixas, e as várias histórias possíveis...

Joel - Fortaleza-Ceará
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