sábado, 28 de abril de 2012

Décima Quarta!

A décima quarta roda do ano antecedeu a um fim de semana prolongado. Por isso, o numero de faltosos adultos foi grande. Muitos viajaram. Por outro lado, as crianças também faltaram em grande numero, em virtude do começo dos ensaios da Quadrilha de São João que a Associação de Moradores do Alto da Sereia (AMAS) promove exemplarmente nos festejos juninos. No ano passado, o ensaio geral foi realizado no salão do Nzinga. Este ano, já nos foi requisitado o salão para os ensaios “até" o S. João. Será um prazer enorme atender a esta demanda da AMAS. O ensaio da Quadrilha será realizado às terças feiras, penso que a partir das 19 hs. O nosso salão é o maior espaço coberto da comunidade e, ideal para estas necessidades. Bom, ontem tivemos que dar um pouco mais do que o normal, já que o numero de pessoas era o mínimo necessário para o ritual acontecer. Aconteceu, e ainda por cima comemoramos no final, a superação de cada um dos que estavam cantando, tocando e jogando. Foi um desafio! Foi “hard”! 
E, assim a “RESISTÊNCIA" se fez novamente... na precisão do dia a dia. 

terça-feira, 24 de abril de 2012

Nzinga Salvador 10 anos!

Ontem, dia 23 de abril, dia de São Jorge, completou 10 anos desde a primeira aula de capoeira que ministrei aqui em Salvador. Retornei de São Paulo na primeira quinzena de Janeiro. Precisei nos primeiros dias, acertar vários detalhes para organizar a vida em Salvador: apartamento para morar, retomar o emprego na UFBa, do qual estava de licença havia 4 anos, reencontrar familiares e amigos, para só então começar a dar aulas de capoeira. Algumas pessoas, sabendo que eu estava retornando, já estavam a me esperar para esta finalidade. Na casa de minha irmã, no bairro do STIEP foi onde comecei, pois tinha a minha disposição um belo salão  que atendia bem demais a demanda. O único problema é que era um bairro residencial de classe media e que não era caminho para lugar nenhum, somente para os moradores do local. Fiquei por lá por um período de 1 ano e meio. O transito de pessoas era muito complicado e quase ninguém ia lá. Mudamos para o Rio Vermelho, pertinho do Acarajé da Dinha, quando esta ainda era viva. Não era o local ideal por se tratar de um espaço de consumo de comidas e bebidas, alem de se prestar para festas e outros eventos. Mas em compensação, entramos no circuito da capoeiragem e começamos enfim a ser visitados por grande numero de pessoas, inclusive por renomados mestres: João Grande, Cobra Mansa, Valmir, Boca do Rio, Pelé da Bomba, Gildo Alfinete e Jurandir entre outros. Em 2005, mudamos para o Alto da Sereia. No dia 18 de agosto, foi o dia em que abrimos as nossas portas para a capoeiragem e a comunidade. Neste dia, a presença mais marcante foi a do mestre Cobra Mansa e de dezenas de crianças altossereinses. Jogamos e cantamos parabéns para mim, afinal era o dia do meu aniversário! No meu próximo aniversário, completaremos 7 anos no Alto da Sereia. É magico ver o crescimento de tantas crianças dentro de nossa casa. Crescimento em todos os sentidos! A comunidade reconhece e apóia o nosso esforço. Com altos e baixos, sei que estou fazendo a minha parte ao compartilhar com aquelas “criaturinhas” lindas um pouco do que tive oportunidade de aprender com dignos representantes da arte angoleira. Vida Longa ao Nzinga!

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Chamada de Mulher II

Começou na sexta feira, 20 e acabou ontem, 22, o segundo Chamada de Mulher. Evento organizado anualmente pelo Nzinga São Paulo. No primeiro, em 2011, eu não pude estar presente. Falo por esse! Foi uma maravilha de evento! Muito bem organizado e pensado nos mínimos detalhes. Fez aquele friozinho gostoso que quase sempre faz em São Paulo. Teve ainda, o Nascimento do Boi, evento organizado pelo Grupo Cupuaçu, sob a liderança do grande mestre Tião Carvalho que acontece no Morro do Querosene. Foi mais um encontro cheio de emoções e boas vibrações. Tanto entre nós nzingueiros, quanto entre as pessoas que conhecemos lá já há mais de 15 anos. Foi mais um momento rico e inesquecível!

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Ngunzo e Axé!

Novamente transmito direto da sede do Nzinga Salvador, com as mestras Paulinha e Janja lá no grande salão, botando prá derreter no calor da hora e da Bahia! Estou no “estaleiro”, apenas para usar uma gíria do futebol. Estou me recuperando de uma pequena cirurgia na boca. Na sexta em São Paulo, com certeza estarei dando uns “pulos”. Ver o "Nascimento do Boi” e rever os amigos e a tribo maranhense, encabeçada pelo grande Tião Carvalho será um prazer enorme. Um baiano em busca do ngunzo do Maranhão! Que beleza! Mal vejo a hora de estar com as pessoas que compõem uma parte importante das boas memórias dos tempos vividos na terra da garoa.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Décima Terceira Roda

Quis o destino que a nossa décima terceira roda do ano caisse numa sexta feira 13. Foi maravilhosa de novo! Sou suspeitíssimo para falar isso, mas como sou eu quem escrevo, paciencia! Alguns fatos foram especiais para mim. Além dos 3 mestres do Nzinga estarem na roda (eu, Janja e Paulinha), tinha a presença dos jovens Marquinhos, Rafael e Iolanda, integrantes da primeira “barca”de crianças” desde que chegamos ao Alto da Sereia em 2005. Estavam lá acenando com os seus retornos para o seio do grupo. Voltar à fonte!  Voltar aos treinos! No sábado pela manhã, fizemos uma apresentação da Orquestra de Berimbaus no Palácio Rio Branco, na Praça Municipal. Dentro da perspectiva do “reajuntamento" dos evadidos, quero registrar a presença de Bebê (Rodrigo), o primeiro altossereiense a pedir formalmente para integrar o grupo, quando ainda realizavamos as reformas estruturais do nosso espaço. Ele também é da primeira barca. Essa historia de “barca”é muito interessante. Eu, por exemplo, sou da primeira barca do GCAP, quando o mestre Moraes chegou de volta  à Bahia no inicio da década de 80. Para quem sabe um pouquinho sobre a historia da reafirmação da capoeira angola na Bahia, a partir  da década de 80, sabe que essa “barca” veio com razoável lotação. Em alguns grupos, essas "primeiras barcas" tem conseguido escrever as suas histórias, ou pelo menos começado a escrever. No caso do Nzinga São Paulo, por exemplo, a sua primeira “barca” também tenta construir a sua própria historia,  tendo produzido até agora (17 anos depois) dois contra-mestres e com indícios de potenciais treineis. No Nzinga Salvador, 10 anos depois, tem um treinel. Lógico que o sucesso de cada “barca” está diretamente associado à competência que tem os seus mentores.

sábado, 14 de abril de 2012

A Retomada

Na ultima quinta feira realizamos a terceira sessão do Cine Sereia, depois de uma interrupção longa em sua programação. Com recursos proprios, mandei fazer o concerto da mesa de som e comprei um DVD player e mais alguns cabos. Agora estamos no olho do furacão de novo, inclusive com duas sessões: uma semanal, onde exibimos só imagens internas do grupo Nzinga e que estamos chamando de Cine Memória, acontecem sempre nas sextas feiras antes de começar a roda de capoeira. E a outra é quinzenal, o Cine Sereia, onde exibimos filmes sobre variados temas, sejam da Programadora Brasil ou não. Estamos felizes com essa retomada. Viva o Cine+Cultura!

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Sexta Santa!

Camaradas, a Páscoa passou e, diferentemente das ultimas, deixou boas lembranças. Mais lembranças! Porque de fato o que a tornou especial desta vez foi, além do fato de ter ido para a cidade de Serrinha onde me criei, foi ter encontrado alguns velhos amigos que havia 30 anos que não os via. E aí já sabe né? Um verdadeiro mergulho no túnel do tempo, onde as lembranças vinham em turbilhão. Entre uma cerveja e outra, muitas histórias que já estavam no velho canto do esquecimento e que , pela palavra, foram catapultadas para o presente. Essas historias foram arejadas pela novidade deste encontro. Algumas das minhas, quase haviam me escapado, mas agora tenho certeza que estarão para sempre comigo. Outras ainda, emergirão da sombra do esquecimento quanto mais nos encontrarmos. A ultima vez que viajei na Páscoa foi há 4 anos para a mesma cidade. Naquela ocasião, convidei alguns discípulos para fazer essa viajem ao encontro do passado. Uma maneira de compartilhar com eles um pouco do meu passado. Um pequeno capítulo da historia da minha vida que pode indicar o porque de algumas coisas. Claro que nós mudamos em muitas coisas, mas algumas permanecem, principalmente às que dizem respeito aos valores. Êh Tempo Zará!

sábado, 7 de abril de 2012

Décima Segunda

A décima segunda roda aconteceu na verdade fora do dia que normalmente ocorrem as nossas rodas de capoeira. Foi na quarta feira, antes da Sexta Feira da Paixão,06, pois muitas pessoas viajam para o feriado católico. Foi muito tranquila e cheia de aprendizagens, pois todo dia é dia para aprendermos. Eu também viajei para a cidade onde vivi os melhores momentos da juventude. Serrinha é uma cidade que cada dia mais ratifica o seu papel de centro regional. Há quatro anos atrás, quando fiz esta mesma viajem, a fiz acompanhado por  alguns discipulos: Fulaninho e Fabiana. Desta vez quem me acompanhou nessa jornada ao encontro de memórias remotas foi o treinel Anderson Barba Ruiva. O Rodrigo e a Ana Crestani apesar de convidados, não puderam ir juntos em virtude de compromissos agendados com anteroridade. Foi uma oportunidade de entender um pouco mais do meu imaginario, de quem eu sou e de onde venho. Amigos que havia 40 anos que não os via. Foi uma saudável e festiva rememoração. Vimos ainda a Procissão do Fogareu, que ocorre dentro dos festejos da Páscoa naquela cidade.

domingo, 1 de abril de 2012

A Décima Primeira

A roda No. 11 foi marcante antes mesmo de ter começado. As 18 hs rolou pela segunda semana seguida, sessão do Cine Sereia com a projeção de pequenos videos que retratam as diversas fases do trabalho de capoeira angola que desenvolvemos na comunidade do alto da Sereia. Neste dia, projetamos um video que mostra uma roda de capoeira com as crianças e jovens daqui 3 meses após termos chegado na comunidade. Sete anos depois, vemos que muitas coisas estão diferentes e melhores. Bom foi ver que 7 anos depois, algumas crianças continuam lá, no movimento com a gente. Muitos jovens bons estiveram lá por muito tempo. Desses, só alguns continuam todo o tempo. Neste período, tem sido necessário fazer escolhas, e com elas, cada qual escreve o seu próprio destino. Queremos estar presente na vida destes jovens exatamente para oferecer algumas possibilidades. Hoje pela manhã no Facebook, falando deste assunto escrevi que o “tempo passa e nós também”...  Da minha parte, não tenho nada contra que o tempo passe bem devagarinho... e eu também!