domingo, 23 de maio de 2010

IÊ, Viva meu mestre!

O Cine Sereia, em sua sexta sessão, no dia 14 de maio apresentou os curtas "Iê, Viva meu mestre!" e  "Orquestrinha de Berimbaus". O primeiro, faz parte da apresentação da tese de doutoramento da M. Janja, e mostra os meninos do Nzinga São Paulo falando de Raça e contando sobre Zumbi e a rainha Nzinga. O segundo mostra esses mesmos jovens num dia de apresentação no Morro do Querosene, em dia de festa do Bumba meu Boi. Ambos foram produzidos pela Itinerante Filmes, da nossa querida treinel Manoela. Naquele dia, estavamos recebendo a visita de 28 futuros cineclubistas contemplados pelo edital destinado à cidades com até 20 000 habitantes. Estavam em Salvador fazendo o curso de capacitação de cineclubismo, o mesmo que no ano passado eu e Fabiana fizemos. Uma das atividades do curso seria uma visita a um cineclube em funcionamento e o Cine Sereia foi  escolhido por Sergio Zumbi, monitor do cine+cultura, e Gleciara que ministra os cursos. Chegaram lá cedo, e puderam observar os preparativos. Enquanto a segunda turma de cineclubistas não chegava, comecei a dar uma de animador da festa. Como ja havia feito em sessões anteriores,  fui chamando algumas crianças para fazer apresentações artisticas. As pequenas Adriana e Amanda foram as primeiras a se candidatarem para o show. Depois Adelmo Kirikou cantou a musica do Lobo mal, levando a plateia ao delirio. Aí chega o restante da turma e após rapidas palavras de boas vindas, demos inicio à sessão. Foi o nosso maior publico, 70 pessoas. Mais uma vez, as presença maciça das crianças foi marcante. Começamos assistindo ao filminho da orquestra na festa do Bumba meu Boi, comandada pelo grande Tião carvalho. Impossivel não sentir saudades dos tempos em que morei em São Paulo, entre os anos de 1998-2002. Ver aquele protogonismo juvenil é estimulante. Depois assistimos ao "Iê, viva meu mestre". Foi sucesso total! A Galera gostou muito dos depoimentos das nossas crianças. O debate aconteceu, e os depoimentos das pessoas presentes foram muito importantes. Teve gente bastante emocionada por ter vivenciado a experiencia e visto como é facil fazer acontecer, quando se tem prazer e o compromisso de fazer isto. Neste dia, estavam lá a Elaine, o marido, que tambem tocam um cineclube, e o filho Bruno. Conheci os 3 na epoca do curso de cineclubismo em julho do ano passado. O Bruno estava com uma inflamação que o impedia de andar. Se deslocava com cadeira de rodas. Vê-lo subir os 3 andares do Nzinga correndo naquele dia, foi sem duvida nenhuma uma coisa muita especial. Cumprindo um ritual tradicional do movimento cineclubista, repassamos copias dos filmes exibidos para os outros cineclubes. Na quinta feira proxima passada, exibimos em nossa setima sessão, o filme brasileiro "Lisbela e o Prisioneiro". Demos muitas risadas, mas foi uma sessão morna. Com excessão de Mateo da AMAS, toda a plateia era formada por crianças e jovens. Penso que a oportunidade de se expressar é cada vez mais percebida  pelas crianças como um momento de pertencimento do grupo, do cine e da comunidade. Algumas ainda estão um pouco timidas, outras conseguem dar show de dança e de canto antes de cada sessão.     

Um comentário:

Yêda Maria disse...

Eu estava neste dia e foi realmente emocionante...