terça-feira, 30 de outubro de 2012

36

A trigésima sexta roda do ano aconteceu na base do espirito guerreiro, da resistencia. Estávamos com poucas pessoas, de modo a termos que nos revesar nos instrumentos. Tava rolando roda. Da avenida oceanica, que passa bem embaixo dos janelões do Nzinga, dá para ouvir muito bem o som da  musica dos nossos instrumentos. Cinco jovens que iam passando por esta avenida, foram atraidos pelo som dos berimbaus. Chegando lá em cima, colocaram a cabeça na porta para dar uma pequena olhadela no que acontecia ali. Logo os convidei para entrarem e sentarem. Fizeram isso, mas 5 minutos depois ja estavam sentados na roda. Eram cinco adolescentes negros que praticavam capoeira regional. Entraram, jogaram e deram um gás legal em nossa roda que já se encaminhava para o fim. Foram convidados a voltar um outro dia.  Partiram tão de repente quanto chegaram. Deixaram as suas vibrações positivas! Aweto!

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

35

A trigésima quinta roda aconteceu de maneira tranquila. Começamos com poucas pessoas, inclusive duas visitas, e só então foram chegando os retardatários. Eu e as mestras Janja e Paulinha, pudemos nos revezar no canto e nas outras funções. Naquela sexta, marcamos prá comemorar o aniversario de 15 anos de Antonio Telles, que havia ocorrido de fato na quarta feira, 17/10. Este jovem já é nzingueiro desde os 8 anos. Tenho visto, na prática e na teoria, o crescimento de um discípulo, de uma pessoa. Imaginem como é difícil um processo de aprendizagem que não tem dia e nem hora certa de acabar. Na escola formal a gente sabe exatamente quantos anos terá pela frente até a sua  conclusão. Na universidade, idem... mas na capoeira angola não existe a possibilidade de prevermos de quando será o dia em que estaremos “prontos”. Na escola formal basta que o aluno atinja determinada “nota”ou média, e ele estará automaticamente aprovado para a fase seguinte. Na capoeira, isso é um pouco mais complexo. Não basta apenas saber jogar o jogo. Existem fundamentos que tem que ser assimilados e uma relação de confiança entre mestre e discípulo deverá ser construída, pois muito provavelmente ela será para toda a vida. Isso não acontece na escola formal, pois depois que o aluno consegue a sua nota ou média, ele não necessariamente terá que continuar se relacionando com o seu antigo professor.
Pois é, Antônio está crescido e temos ainda muitos movimentos e valores a lhe ensinar para colaborar com a sua formação como cidadão e como capoeirista. De certo que a minha grande torcida é que ele continue conosco, pertencendo ao mundo angoleiro, porque por outro lado, a Vida, o "sistema bruto", na crueldade banal do cotidiano, pode sugerir-lhe caminhos estranhos. Isso ja ví acontecer com muitos outros "antônios".

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Dia das Crianças

Hoje, dia 12 de outubro, iremos comemorar o dia das crianças no Nzinga com um rol de atividades. Num primeiro momento, teremos um Festival de Talentos, onde as crianças e jovens poderão apresentar alguma performance artística. Os que fizerem isso acontecer, ganharão lembrancinhas, presentes, doados pelo Nzinga São Paulo. Não temos condições de oferecer presentes a todas as crianças do Alto da Sereia. Se aparecerem mais crianças do que esperamos, faremos um arranjo quando os presentes começarem a escassearem.  As pessoas que quiserem contribuir com o nosso trabalho, podem a qualquer momento e ocasião, fazer doações de qualquer tipo, sejam sapatos, camisetas, brinquedos e até dinheiro. As necessidades são cotidianas. Tudo que nos for doado será bem vindo! Ao chegarem no Nzinga, tem crianças que me confidenciam que estão com fome. Infelizmente, com esse tipo de coisa não podemos arcar. No máximo, oferecemos amor e respeito, a pipoca na sessão do Cine Sereia com mais frequencia e as comidas que oferecemos em nossas festas, que são muitas num ano. Amanhã, vamos projetar o filme “A Era do Gelo IV”. Geralmente, oferecemos as camisetas aos que que acenam interesse em participar do grupo. Fora isso, passeios e visitas a museus e ao Pelourinho são mais ou menos comuns. 

sábado, 6 de outubro de 2012

34 e Parabéns!

Ontem rolou a trigésima quarta roda do ano. Essa foi realmente especial! Estávamos celebrando mais um aninho de vida da mestra Janja. As mestras juntas, eu também... a vibração estava boa novamente! Por coincidência, havia uma equipe de filmagem da empresa Itinerante Filmes gravando a roda para futuro dvd educativo que circulará em algumas escolas de São Paulo. O jogo que abriu a roda foi entre Ritinha, 7 anos e João Manoel, 6 anos. Vou falar prá voces: foi o melhor jogo da noite. Sim, ambos se superaram naquela hora. Fiquei muito contente de vê-los fazer isso. Eles superaram não somente os seus próprios limites, mas os meus também. Surpreenderam a todos que lá estavam e que os conhecem. Foi uma típica passagem de “fase”. Passaram para o nível imediatamente superior. Isso foi claro! O legal é que todos puderam expressar para a dupla, a alegria que estavamos sentindo pelo sucesso dos dois, e eles ficaram felizes. Foi um jogo inspirador, como deveriam ser todos os jogos que abrem rodas de capoeira pelo mundo afora. Depois da roda, cantamos "Parabens prá Voce” prá mestra Janja e ensaiamos pequenos passos de samba, principalmente por parte do nêgo dito, João Manoel. Ai veio a parte mais gostosa que foi repartir o bolo e beber os sucos e refrigerantes. A fotógrafa Rita Barreto estava lá cobrindo mais uma página da nossa historia na capoeiragem. Em breve, fotos no Facebook no perfil Poloca Barreto.